Youtube Goodies: use com moderação...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Alerta: cuidado com o que você vai ver...

Cinderela Baiana


Dunas do Abaeté: Carla Perez, a cientista política militante do PC do B, faz um emocionante discurso vestida de odalisca e coroa com a dança do Tchan... LINDO!!

sábado, novembro 18, 2006

em pontos de ônibus, filas de banco, andando pela rua, em lojas de departamento, há sempre diálogos muito interessantes... coloco alguns que eu coleciono ("traduzidos", inclusive)


- ni que a coisa aconteceu... [no que a coisa aconteceu...]

- você não tem cacique para falar isso comigo! [você não tem cacife para falar isso comigo!]

- não... não foi um acidente de grandes profissões, não... O motorista só feriu o superfilho esquerdo... [não... não foi um acidente de grandes proporções, não... O motorista só feriu o supercílio esquerdo... ]

- é isso aí e pronto final! [é isso aí e ponto final]

- no mímino no mímino... [no mínimo no mínimo...]

- Já comprou o aparelho de DDV? [Já comprou o aparelho de DVD?]

* DVD pode ser chamado também de "DDD"

- Ela cria os filhos cheia de filogamía! [sinceramente eu não sei o que "filogamia" quis dizer... imagino que seja filosofia, mas ainda assim não sei! Talvez seja "psicologia" ou "pedagogia"... ¬¬]


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depois eu posto mais!
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**** Há ainda aqueles pequenos desvios que chegam a irritar um pouco aos ouvidos de alguns mais exigentes (ou pela exigência dos que ouvem ou porquê são erros, de fato, crassos), como aquelas trocas sutis de vogais, inversão de sílabas ou tonicidades truncadas, enfim! Por inzêmprio, substituir direitor por diretor ou ainda a famigerada encicoplédia por enciclopédia... já a troca de consoantes não só não é muito irritante como sempre acaba soando engraçado. "Tenha cremência de mim", "craro que eu vou", "o menino tá tocando aquele tecrado insuportável o dia todo". Formas subliminares de dominação e poder?! Craro, Cróvis! Não que este seja meu norte, mas existe, sim, muito e não pouco... Se classifica quem são as pessoas (e se definem determinados papéis, determinadas formas de posicionamento) a partir da maneira que elas falam, inclusive afirmar que há um "português correto" e um, supostamente "incorreto"... eu só me divirto com as viagens...

Youtube goodies

Se você é um(a) verme de internet, ou simplemente faz parte daquela tribo dos que não tem o quê fazer e vão fuçar o que a rede oferece (blogs, flogs, vlogs, orkut, youtube etc), já deve ter ouvido falar em "Rivaldo, sai desse lago" e "Tônico com Guaraná": um é um vídeo hindu e outro, creio eu, ser árabe. Os clipes já são bem surreais, e mais surreal ainda foi a galera que legendou esses vídeos. coloco os links abaixo! Divirtam-se, meus caros leitores.


Rivaldo, sai desse lago



Tônico com Guaraná



Thriller (versão Bollywood)



O jardineiro é Jesus

por inzêmprio: notas de rodapé pra iscraricê!

Super Mário Bros é um jogo bem lisérgico: Mário e seu irmão Luiggi comem duas variedades de cogumelos e tomam uma estrelinha para ganhar força e velocidade... eles ainda são meio ripongos: acreditam no poder das flores para combater as forças opressoras! Fora que o mundo que eles vivem é bem psicodélico - as tartarugas voadoras que o digam ¬¬. Diga não as drogas, Mário!

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No último World Music Awards, Michael Jackson, conhecido também como Jack'o'Wacko, recebeu um daqueles prêmios de consolação por "contribuição excepcional à música" - um desses prêmios que se dá quando não há possibilidade de uma premiação real como "melhor cantor", "melhor album", enfim... aliás, há alguns anos ele vive ganhando prêmios dessa natureza, tá até meio acostumado, imagino - e iria fazer uma apresentação no dia da entrega. Especulava-se que o hit Thriller seria a grande atração da cerimônia e "a grande virada do King of Pop". Depois de uma hora e meia de atraso, para a surpresa de todos, ou quase todos - porque alguns, assim como este humilde jovem que aqui escreve essas tolas missivas eletrônicas, concordam que Jacko devia pedir licença pra cagar e sair de cena - um rapper adolescente apresentou Thriller e Jacko, por sua vez, apresentou... We are the world!!!... com coral e tudo! Um desastre total! Alguns fãs exigem até reembolso...
Contudo, a apresentação foi bem últi para que se percebessem algumas coisas: depois que vi um trecho da apresentação, entendi que o rei do pop faz parte daquela sociedade secreta mostrada no filme de humor negro A morte lhe cai bem: na tal seita, seus membros têm acesso a um elixir de beleza e juventude eternas, mas Michael, assim como as personagens de Goldie Hawn e Maryl Streep, deve ter sofrido algum acidente e morreu, porém vai ter que "viver" eternamente num corpo que se decompõe lentamente...

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O grupo de rock britnânico Keane apresentou uma novidade na atual turnê, um "pô-pô-ri" de músicas da cantora Christina Aguilera e do extinto grupo Destiny's Child, Dirrrrrrrrrty e Bootylicious, batizada pelo grupo como "drrrrtylicious"... agora durma com uma zuada dessa e ainda diga que dormiu tão bem que sonhou! tsc tsc

sexta-feira, novembro 17, 2006

FRASE (INFAME) DA SEMANA

Nunca vou tomar vergonha, afinal ela não é líquida... ¬¬

Sete Sóis, Sete Luas: Blimunda, Saramago e Portugal

quinta-feira, setembro 14, 2006

Pelas mãos de alice...

Blimunda, para quem não a conhece, é uma das mais famosas e emblemáticas personagens criada por José Saramago e protagonista do romance Memorial do Convento. Blimunda possuía o dom de ver o que estava encerrado dentro das pessoas, ela via as pessoas por dentro. Contudo era seu poder de ver as vontades que as pessoas trazem dentro si presas dentro de nuvens fechadas que conduz a história e que encanta o leitor.
A história do romance descreve, através dediversas alegorias, Portugal do século XVIII, o Império Decadente, mal administrado, e que apesar de todas as riquezas extraídas das colônias apresentava um quadro social conturbado, cidades sujas, sobretudo Lisboa, violentas, sem lei e um coroa que desconhecia ou ignorava essa situação, além de um povo que, por sua vez, era omisso e acomodado e se manteve sob-controle.
Antes de prosseguir e até chegar em Blimunda - o tema de hoje - é preciso que eu faça uma breve apresentação do contexto português que é o background do romance de Saramago.
Quando voltamos os olhos para a Península Ibérica e observemos com calma o nosso "país-irmão" que há mais de 500 anos, por acaso, nos achou (e não descobriu como se canta em verso e prosa) nos deparamos com um país de excentricidades, anomalias e contrastes, um país em vigora a regra do jeitinho.
Atualmente um dos principais problemas enfrentados pelos portugueses está relacionado ao ethos. Primeiramente porque não há um lugar que este país possa ocupar, conseqüência direta da imagem que os portugueses têm de si próprios e que o resto do mundo, principalmente os países da União Européia têm deles. Não se conhece a identidade portuguesa, há, ao invés disso, uma série de brumas e uma dificuldade na compreensão, não se sabe que país é aquele, porém, do outro lado, o português adota para si uma identidade toda embasada num passado (abstrato) de glória e não vê nisso problema algum - ele se conhece muito bem.
Nesse sentido este conflito acaba criando uma situação muito peculiar (o que é muito normal quando se refere à Portugal) que é a da hiperidentidade portuguesa, isto é, a identidade em excesso, a identidade fechada e (muito) bem definida, que não suscita problemas ou conflitos, não ha inquietação nem busca por soluções. Os próprios cidadãos construíram e ajudam a manter uma imagem de um país que vive à sombra do antigo império mercantilista, das quintas, das sardinhas, dos azeites, dos azuleijos, do fado, do vinho do porto, das grandes navegações, e, principalmente (e o mais preocupante) do sonho, da ilusão e do devaneio, o país dos mitos, das glórias, das derrotas e dos azares e frustrações históricas - a perda de reis, o domínio espanhol, a perda das colônias e, por fim a ditadura salazarista.
Quanto aos azáres, são eles, no imaginário do povo português e de teóricos como Eduardo Lourenço, autor de Nós e a Europa, os responsáveis pela atual e complicada situação social portuguesa.
Em segundo lugar, trata-se aqui de uma nação que define-se a si própria como semi-periférica, ampliando o problema de encontrar e ocupar um lugar de fala, um ethos. Ora, a priori, ou um país é centro ou ele é periférico, não havendo portanto um meio-termo, mesmo que no periférico haja, ainda, aquela ressalva eufemista de "país [periférico] em desenvolvimento". No caso específico de Portugal, a condição de "semi-periferia" se dá prioritariamente por sua localização geográfica, e também das inúmeras ajudas que o país recebe da União Européia. Há, de fato características de centro, como o elevado nível de consumo e baixíssimas taxas de desemprego, entretanto não se verifica a existência de um Estado de Providência (Wellfaire State), índices de violência elevados, e, apesar do nível de desemprego ser um dos menores, se não o menor, em toda Europa, os empregos são, na verdade, sub-empregos, ou seja, ganha-se muito pouco. Então, como um país cuja maioria dos empregos são na verdade sub-empregos, cujos índices de desenvolvimento humano mínimos e as taxas de migração elevadas (cerca de 12 a 15 milhões de portugueses vivem fora de portugal e mais de 11 milhões de estrangeiros vivem em Portugal, principalmente provenientes das ex-colônias), todas características de países periféricos, pode consumir como um país central como Inglaterra, França e Estados Unidos? Este é o primeiro contraste.
Percebe-se que a situação de Portugal é aquela que Bhabha conceitua como entre-lugar, o lugar do deslizante e marginal, o Outro, o desconhecido. O entre-lugar, ethos português, não é reconhecido pelo sistema mundial, entendido aqui como o mundo neoliberal e globalizado, porque a semi-periferia não existe de fato, portanto sua participação não é permitida. O que representa mais um entrave no seu possível desenvolvimento.
Na contra-mão desse raciocínio, o país reivindica um espaço, antes de tudo, privilegiado e não aceita o não-reconhecimento de sua gloriosa história como fator determinante para integrar o sistema mundial. O país está à espera de um grande acontecimento que devolva aos portugueses o posto de grande potência mundial. O povo português ainda espera um futuro glorioso como fora seu passado glorioso, de grandes feitos, espera um lugar que é seu por direito, o centro do sistema mundial.
O país foi capaz de produzir o melhor, mais bem elaborado e justo código de leis da Europa, que nunca foi aplicado. Os motivos são muitos, desde uma ausência de cultura democrática e republicana conseqüênte de uma História conduzida por regimes autoritários (desde as aristocracias à ditadura de Salazar), a não-indutrialização e uma burguesia constituída por ruralistas (como é o caso do Brasil, por exemplo) e que não estava, em princípio, desfavorecida pela classe aristocrática, portanto não havia a necessidade de questionar ou de buscar mudanças. Daí, talvez, o fato de que até hoje o país seja essencialmente rural e patriarcal. A própria conquista da democracia se deu por imposição, basta observar o modo de como aconteceu a Revolução dos Cravos, em 1974, feita por militares, um golpe do próprio golpe, e que conquistou muito pouco em se tratando de valores democráticos.
Em Nós e a Europa, Lourenço justifica toda a situação portuguesa atual como produto do revés histórico e argumenta que a perda das colônias não representou um problema porque a colonização buscou, desde o princípo, preparar e capacitar ou civilizar aqueles povos. Nesse sentido se justapõe o mito que acaba duplicado, daí a hiperidentidade.
Em geral, conforme as 11 teses que Boaventura Santos sugere em Pelas mãos de Alice, não por acaso o título porque ele sugere em primeiro lugar a perda da inocência e o prostar-se diante do espelho e reconhecer-se a si próprio, isso se dá por diversos motivos mas que o principal problema se dá não pelos azares históricos, mas pela má gestão do Estado. Cada uma das 11 teses refuta os pressupostos de Lourenço, mas o principal e conflitante contraste contestado por Santos é que, em Portugal, as ciências sociais, que devem dentre outras coisas compreender, ou auxiliar na compreensão, da dinâmica social, chegaram tardiamente, e de maneira inversa: as ciências socias começam pela psicanálise, a mais recente de todas. Portanto, em primeiro lugar não há o desenvolvimento de um método científico para as ciências sociais, porém o ponto central é que é impossível compreender uma nação a partir de um pressuposto psicanalítico, fundamentado no incosciente, além de ser impossível que se analise a si próprio, é preciso um olhar estrangeiro, o que mais uma vez duplica o mito, porque não há distanciamento.
O que Santos discorre em seutexto é que justamente, o país não fora injustiçado e que o país não está doente, não precisa ser tratado, mas enfrentar os problemas e abandonar um passado de glória que nunca existiu, o país não é ingorado pela Europa na contemporaneidade, mas desde o período assimilado pelos portugueses como áureo.
É justamente nesse viés que Saramago desenvolve Memorial do Convento. O romance é atemporal, embora saiba-se que o tempo, seja ele numa narrativa ou no dito "mundo real" é sempre bergsoniano, isto é, sempre uma contrução, é o tempo da sensação, o tempo pessoal e íntimo, em última instância. Atemporal porque mesmo se passando no século XVIII a realidade apresentada é da alta idade média, período da inquisição, do maior omínio da Igreja e de um estado dominado pelas "trevas". A história conta a construção do Convento de Mafra, contrapondo a rotina da coroa a da plebe, os sujeitos marginais à História, reprentada po Baltazar Sete-Sóis, Blimunda Sete-Luas e do Pe. Lourenço (referência de Saramago ao teórico Eduardo Lourenço), este último apesar de padre é cientista e inventor, além de quê ele abençoa a união de Baltazar e Blimunda, completamente fora dos padrões e das doutrinas da Igreja, portanto os três são sujeitos da contravenção. Lourenço era conhecido como "Padre Voador" porque ele inventara uma pequena máquina de voar e construía em segredo, com o apoio de el-rei, uma pássarola.
Para conseguir tal feito, o padre conta com a ajuda de Blimunda e Baltazar, todos sujeitos da contravenção e situados à margem da sociedade, completamente fora dos padrões comportamentais vigentes. É com o dom de Blimunda (o de ver por entre e por das coisas) e com a força de Baltazar que é construída a passárola.
O renomado e premiado autor "fez as pazes" com Portugal com este romance, hostilizado durante a ditadura salarista, esteve "omisso" até ser ele próprio uma das "vítimas do sistema" e acabar exilado do país.
A intensa crítica dos problemas portugueses e uma linha de raciocínio que converge com a de Boaventura Santos (de que os problemas, em Portugal, não são conseqüência de azáres históricos, mas de uma conturbada gestão do patrimônio do Estado). Percebe-se também o quanto estes problemas de ordem econômica incidem diretamente sobre a configuração das identidades, principal problema português: a falta de reconhecimento ou a duplicação dos mitos fundadores da nação.
Para maiores detalhes, em breve posto mais uma vez o artigo que escrevi sobre o assunto, com mais calma e mais detalhado. Até breve, meus caros leitores inisíveis.

Lucas

Dica de site

sexta-feira, junho 23, 2006

O site Share! (http://www.51mpc.com/share.htm) tem alguns milhares de discos disponíveis para download... é bem eclético, devo afirmar, desde Tom Jobim até Def Leppard... bom, tem muito lixo, mas se você for como eu e tiver paciência, há de achar alguma coisa.

Tendra miedo...

Achei essa no Terra Tecnologia...

Gorro eletrônico permite mover PC com pensamento

Usando um gorro eletrônico, o cientista austríaco Peter Brunner olha fixamente para a tela de um computador portátil e aí, sem nem mesmo pestanejar, começa a compor, letra a letra, uma mensagem que aparece em uma tela gigante acima de sua cabeça. "O-L-Á", escreve, usando apenas o poder do pensamento, surpreendendo o público presente: cientistas e curiosos reunidos em Paris por ocasião da segunda edição do salão de Pesquisa e Inovação.

Peter Brunner e dois de seus colegas do centro público de pesquisas de Wadsworth (em Nova York) puseram à prova na capital francesa uma nova forma de comunicação entre cérebro e computador. Graças às dezenas de eletrodos inseridos no gorro eletrônico, este assombroso equipamento capta sinais elétricos emitidos pelo cérebro e os digitaliza para que o computador seja capaz de traduzi-los.

Sem intervenção de nervos ou músculos, a interface "oferece uma possibilidade de comunicação e de autonomia para as pessoas que sofrem paralisias totais" e que não podem nem falar, nem se movimentar, explicou Eric Sellers, outro cientista do centro de Wadsworth. Os cientistas trabalham há 20 anos na conversão do pensamento em ação, mas só agora conseguiram, quando a tecnologia começa a sair dos laboratórios para se tornar em aparelhos em serviço ao homem.

De agora em adiante, o poder da mente sobre a matéria não vai pertencer de forma exclusiva ao circo ou à ficção científica, com seus "quase magos" capazes de torcer colheres só com o olhar. Com esta nova forma de comunicação cérebro-computador será possível melhorar consideravelmente a qualidade de vida de 100 milhões de pacientes no mundo, 16 milhões dos quais são vítimas de paralisia cerebral e pelo menos cinco milhões mais com ruptura da medula espinhal, antecipou o doutor Sellers. Além disso, 10 milhões de pessoas também sofrem de paralisia total depois de um acidente vascular cerebral, informou.

As aplicações possíveis da nova invenção vão mais além da escrita: só é uma questão de tempo para que a tecnologia seja utilizada para guiar cadeiras de rodas, previu Sellers. "Já somos capazes de fazê-los. Mas o problema é complexo e, por enquanto, não seria muito certo", acrescentou. O terror do aprisionamento de uma mente lúcida em um corpo paralisado foi cruamente retratado no fim dos anos 1990 pelo jornalista francês Jean-Dominique Bauby em suas memórias "O Escafandro e a Borboleta", ditadas através de piscadelas com seu olho esquerdo.

O sistema implantado em Wadsworth se baseia no algoritmo que analisa as ondas emitidas pelo cérebro, como em um eletroencefalograma, e marca os picos de intensidade correspondentes a esforços mentais definidos. Quando o doutor Brunner se concentra para escrever o "F" de "folha", ele fixa sobre a tela uma fileira de letras e símbolos, iluminados rapidamente e de forma aleatória.

Cada vez que uma fileira, vertical ou horizontal, contém a letra "H", seu cérebro emite um sinal ligeiramente mais forte. O computador precisa de 15 segundos para determinar a letra vislumbrada, mas os resultados melhoram com a prática. Um neurobiólogo americano de 48 anos, vítima da doença de Charcot - uma enfermidade degenerativa das células nervosas - pode continuar trabalhando graças a este programa, apesar de não conseguir nem mover os olhos.

"Redige propostas de subvenções, envia correio e é capaz de usar o teclado do computador em casa", disse. Inclusive escreveu uma mensagem expressamente para a demonstração de Paris, projetada pelo doutor Sellers. Dirigindo-se a Altran, a sociedade francesa que acertou em 2005 seu prêmio anual à equipe americana, escreveu: "Sou um pesquisador em neurociência que não poderia viver sem esta interface. Teclo esta mensagem com meu eletroencefalograma graças à amável autorização do programa de pesquisas sobre o sistema de comunicação cérebro-computador do centro de Wadsworth".

fonte: Terra Tecnologia

Vídeos da Turnê "Universo Particular"

quarta-feira, junho 21, 2006

O youtube realmente veio revolucionar, meus caros leitores (e não-leitores também, por quê não?!)!

Este missivista traz para os senhores alguns links para vídeos da nova turnê da Marisa Monte (aquela cantora cheia de "misâncene", lembra?!). Os vídeos são bacanas e bem filmados, dentro do possível, é lógico, são filmes amadores, aliás, pelo que vi, o show também é bacana, confira você mesmo, já que tão cedo ela não se apresenta aqui para a patuléia provinciana, a chusma nem sempre é lembrada, meus estimados senhores... E aproveitando o embalo de Marisa Monte, até sábado, devo deixar aqui pra vocês o áudio de um show completo do show Verde Anil e Amarelo Cor de Rosa e Carvão (1998), este, sim, é bem raro, descobri recentemente no emule.


Velha Infância (Ao vivo em São Paulo)
Segue o Seco (Curitiba)
Maria de Verdade (Curitiba)
Satisfeito (Curitiba)
Pra ser sincero (Curitiba)
Carnavália (Curitiba)
Meu Canário (Curitiba)
Alta Noite (Curitiba)
Não é Proíbido (Inédita)
Eu não sou da sua rua
Vai saber
Pra mais ninguém
Final de Velha Infância (São Paulo)
Não Vá embora (Bis) - (São Paulo) - Com fã invadindo o palco e pedindo "Bem Que Se Quis", hilário é pouco!

Dona Bethânia completa 60 anos

segunda-feira, junho 19, 2006


A cantora Maria Bethânia completa 60 anos, recebe o título de cidadã soteropolitana e tem toda a sua discografia relançada pelas suas antigas gravadoras numa iniciativa pioneira no Brasil, prepara novo CD e DVD cujo tema gira em torno da paixão que é nutrida pela água, além do lançamento do documentário "Música é Perfume" em vídeo.
A cantora que se converteu em entidade da cultura brasileira e, sobretudo, baiana - a Oyá-Bethânia, conseguiu a proeza de depois de mais de 40 anos de carreira manter o frescor do início atrelado a maturidade que só mesmo o "tempo, tempo, tempo, tempo" consegue conferir: a voz está mais mansa, a performance continua forte, contudo mais serena, muitas músicas se inventam e se reinventam. A atualização do trabalho é para muitos um dos pontos negativos de sua carreira, contudo este missivista da província da Bahia não só não vê problema como acha imprescindível revisitar e reinventar a vida. Já disse Borges que mais importante que ler é reler. Mais importante que fazer, então, é desfazer e refazer, e que a cantora apresenta na música "Nossos Momentos" ("A força que se espalha de alguns movimentos/ que sei desfazer refazer"). Agora é possível para muitos admiradores da música pop brasileira uma das raras oportunidades de conhecer e completar a discografia de uma cantora que partiu de musa da contra-cultura e da performance inovadora, forte e teatral que misturava, ainda, o kitsch ao cult, da andorginia e do sincretismo religioso, até o posto de grande ícone da música pop brasileira.

Você pode até não gostar, pode achar brega, dramática, ultrapassada, enfim, mas há que reconhcer a importância e a contribuição que nos deu Bethânia, tanto para a música quanto para a cultura brasileira que

Hoje não vou colocar disco para download, estou sem tempo para fazer upload, mas deixo uma letra de um música composta por Wally Salomão, o grande poeta, e que me faz muita falta, e Caetano Veloso, que dispensa comentários, gravada por Bethânia em 1992 no disco homônimo, gravado e lançado, inclusive, a contra-gosto da gravadora num esquema meio independente.

Olho D'água

Por entre avenca feto e taquara-poca
No seio limo da mata ciliar
Corre arregalada a matéria prima essencial
O vero olho da terra é um cristal d'água
E não há no reino mineral
Nehnhum poder de terra que estanque
O jorro das gotinhas
Rasgando as entranhas da terra
Sedentas por ver o sol
Sedentas por ver o sol
Sedentas por ver o sol
Secas por vê-lo

Dourar o vale e a serra
Pupila iris pálpebra retina
Há se este olho d'água
Filtrasse a sentina do mundo e da minha alma
E o nojo e a lama lavasse
E o ecopagão aos meus ouvidos recordasse
Qque o olho pro onde eu vejo Deus
É o mesmo olho por onde ele me vê

Por fim, fica uma frase que Wally e Caetano fazem referência na música.
Mais material filosófico para você pensar quando do seu ócio.


O olho com o qual vejo Deus
é o olho com o qual Ele me vê

(Meister Eckhart)

domingo, junho 18, 2006

Este missivista está de luto e profundamente abalado com a repentina partida do humorista Bussunda. Estou, literalmente, sem graça!

Um pouco sobre democracia

quinta-feira, junho 01, 2006

Bom, estimados senhores, este texto que vos apresento foi escrito por mim enquanto tentava responder uma das inquietações do meu curso de comunicação e polítca da Faculdade de Comunicação da UFBA ministrado pelo professor Wilson Gomes. Trata-se de uma tentativa de resposta a uma pergunta feita em sala, na última terça-feira, mas não sei se de fato respondi ou se terminei por encontrar mais e maiores dúvidas e inquietações. No mais fica aqui para compartilhar as dúvidas, inquietações e incertezas.
Democracia é um regime de governo estruturado, em princípio, a partir de uma igualdade entre todos os indivíduos que compõe uma comunidade ante um sistema de leis e no qual todos os sujeitos democráticos – sujeitos de direito, cidadãos – participam e governam a si próprios, sendo que cada um possui uma cota de poder. A democracia foi um conceito grego – Demos (povo) e Cratos (Governo) – resgatado pelos burgueses na França do século XVIII no intuito de legitimar a tomada de poder durante a Revolução Francesa, quando a aristocracia, que detinha o controle da esfera de decisão política, é substituída pela burguesia, que detinha o domínio dos meios de produção e ampliava seu poder econômico à medida que a aristocracia se empobrecia, e o sistema monárquico é substituído pelo republicano.
Um governo democrático pressupõe, ao contrário de um regime de natureza autoritária, que haja prestação de contas acerca da coisa pública, isto é do bem comum, bem de todos os membros da comunidade (seja uma cidade, estado ou nação), porquê enquanto neste há súditos, naquele há sujeitos, sujeitos que autorizam a tomada de decisões e execução do governo, seja na questão administrativa ou no âmbito legal, enquanto na aristocracia a priori não há a menor possibilidade de interferência do povo, o Estado é autônomo e é sua autonomia que produz as leis. O poder político, então, emerge do próprio povo, e não decorre de uma escolha divina, ou do mero direito natural, portanto é no conceito de democracia que se incide a idéia de soberania popular, haja vista que se todo poder emana do povo, é o povo quem controla seu próprio destino, tornando a esfera de decisão política mais próxima da esfera civil.
Enquanto na aristocracia as decisões tomadas são veladas, na democracia elas devem ser desveladas, e devem ser resultado da prática da razão, do discurso e do confronto de idéias, do debate público, na esfera de visibilidade pública – representada na contemporaneidade pelos media – sendo que a decisão final a ser tomada se constitui como um resultado desse debate, das concessões, das negociações e retaliações, do convencimento, preservando a vontade da maioria, contudo preservando também a oportunidade da minoria – compreendida aqui como minoria política e não demográfica – que também por meio da retórica pode converter-se em maioria política.
Um governo democrático deve ainda preservar o indivíduo do Estado e da própria sociedade, deve libertar, proteger e permitir Democracia possibilidade de fala, mesmo que sua voz seja dissonante (a liberdade de imprensa, proibição da censura prévia etc).
Porém, quem constitui os membros da esfera de decisão política? Basicamente há dois tipos de democracia: a) democracia direta, e b) democracia representativa. O primeiro supõe uma intensa participação de todos os concernidos na tomada de qualquer decisão e uma espécie de assembléia constante, sugerindo portanto uma participação compulsória e de certa forma infringindo uma das premissas democráticas que é liberdade de escolha, participa da EDP quem quer, quando quer. O segundo se caracteriza pela delegação, pela entrega das cotas de poder feita pelo cidadão para que outro represente seu interesse. A democracia representativa pode ser compreendida também em dois “subgrupos” , o da democracia de base ou republicanista, que se entende como uma democracia “de base” na qual os sujeitos de direito passam a tentar resolver seus próprios problemas, ou melhor, tendem a tornar privados pequenos problemas públicos. O republicanismo, devido a sua origem liberal, daí a tendência a minimizar a influência do Estado, também está relacionado à idéia de soberania, aos bens comuns, às virtudes cívicas, à convivência em comunidade, na organização de redes de relacionamento para melhorar as condições de vida sem o auxílio direto do Estado. Já a democracia de esquerda é um viés teórico das esquerdas européias e relaciona diretamente o regime de governo ao sistema econômico, e uma possível relação incestuosa entre ambos, considerando a democracia como um democracia de classes e está fundamentada em três princípios: a mobilização, conscientização e organização.
Este quadro, brevemente apresentado, compõe um imaginário da democracia contemporânea.
Sabe-se que a democracia como a conhecemos hodiernamente têm suas bases no final do século XIX e metade do século XX, com as lutas das classes operárias e pelo movimento do sufragismo universal, principalmente. Isso porquê o pressuposto da oportunidade da fala dissonante, que preserva as minorias, e o princípio de igualdade de todos perante a lei na gênese da democracia, ou seja no século XVIII, era exercida por poucos, por homens, liberais, a partir de uma determinada idade, com um dado nível social e intelectual, privando mulheres e operários por exemplo de participar do jogo político e das decisões políticas, tornando um direito na verdade um privilégio.
Como o imaginário costuma ser mais forte do que as práticas, e os temas da igualdade e da soberania popular ali se encontram, foi uma questão de tempo para que se questionasse a prática, e como essas pessoas estavam excluídas do debate político lhes restou apenas a opção pelas ações reivindicatórias em busca do Estado de Direitos: greves, passeatas, manifestações diversas, no intuito de pautar esses novos interesses nas esferas de visibilidade pública e esfera de decisão política e tornar a democracia algo mais justo.
É nesse bojo que surge na contemporaneidade um conjunto de idéias errôneas e pequenas falácias entorno da democracia e usos metafóricos do termo atrelado ao modelo democrático da esquerda (sobretudo a esquerda mais radical), que ignora princípios como pluralismo, diversidade e características do jogo político como a negociação, conflito, competição e cooperação e ainda se atém ao modelo reivindicatório de conflito de classe e de busca pela hegemonia.
Em primeiro lugar a palavra democracia, depois de quase meio século de regimes autoritários, virou sinônimo de justiça e altamente legitimado: é preciso democratizar o ensino, democratizar o emprego, os meios de produção, porque democracia é sinônimo de justiça, sobretudo de justiça social. Será mesmo?
Democracia é um regime de governo, não se deve esquecer disso, se aplica uma característica democrática (a igualdade em oportunidades) para diversos assuntos que a priori não pertencem ao campo, podem até ser concernidos, mas não influem de maneira direta. Por exemplo, uma ocupação das Forças Armadas em um morro do Rio de Janeiro fere a democracia? A violência implica em anti-democracia? As forças armadas são legítimas quando feitas pelo Estado no intuito de proteger-se a si e ao conjunto de cidadãos, nesse sentido o Estado monopoliza a força impedindo que um cidadão machuque outro, por exemplo.
Segundo porque a democracia é o regime das vontades, e da vontade da maioria, é nisso que ela se diferencia do autoritarismo, porque neste sistema a vontade que importa é a vontade do Príncipe, portanto a vontade da maioria nem sempre será justa.
Aliás, na literatura encontramos diversas metáforas ao elogio da democracia. Em Memorial do convento, de José Saramago, a palavra vontade é um fio condutor do romance. A personagem Blimunda, uma das mais famosas e emblemáticas personagens de toda a literatura portuguesa possui o dom de enxergar por dentro das pessoas e é justamente dentro das pessoas que se encontram, encerradas em nuvens fechadas, as suas vontades. Essas vontades eram necessárias para fazer voar a passarola, engenhoca projetada pelo padre Lourenço (referência de Saramago ao teórico português Eduardo Lourenço, autor de Nós e a Europa). Enquanto isso, na coroa, o rei, por conta de uma promessa feita ao clero, anuncia a construção do araônico Convento de Mafra, que consumiria ainda mais de 100 anos até esta concluído. Justamente neste ponto saramago faz seu elogio. A vontade de el-rei impôs a construção de um convento, mas foi a vontade do povo que fez algo muito maior: alçou o vôo da passarola, porque a vontade da maioria impulsiona e legitima, é feita às claras, é mais forte, enquanto a do rei, por ser velada, perde sua força. è preciso que as vontades se libertem para que algo seja efetivado.
Na democracia o diferencial é que justamente o processo de tomada de decisão deve ser feito às claras, na esfera de visibilidade pública, e há a possibilidade legal de interferência dos concernidos, contudo, em terceiro lugar, não se deve assimilar uma decisão democrática como superior à autoritária. Há possibilidade de uma boa decisão autoritária e de uma péssima decisão democrática.
Ainda, o iegal não significa anti-democrático. O democrático é o Estado e suas instâncias e tudo aquilo que se relaciona à república, ao bem de todos. Embora se saiba que o estado de direito nunca é de 100%, ainda existem sujeitos à margem, ainda há a voz dissonante, outrossim em todos os segmentos sociais, uma vez que a vida social não é uma prática agélica, bem como a política também não o é. A justiça fica a cargo de um poder específico, o judiciário, que aplica e fiscaliza a aplicação das leis.
Há na democracia maiores possibilidades de diálogo e acesso, mas isso não implica imediatamente em promoção da justiça ou ainda democracia sempre é ou deve ser justa.
Quanto à ética e à moral podem indicar falhas, pequenos erros, mas não resolvem. O próprio imaginário constrói-se a si.
Tomo a liberdade de sugerir alguns livros que utilizei como referência para escrever este texto (uma inquietação levantada pelo professor Wilson em sala de aula), valeu pelo toque, George!
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GOMES, W.G. Transformações da política na era da comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2004.
GOMES, W. G. Comunicação e democracia de massa: problemas e perspectivas. (pdf)
HELD, D. Models of Democracy. Stanford: Stanford University Press, 1986. Second edition.
RUBIN, A.A.C. Espetáculo. In: Cultura e atualidade. RUBIN, A.A.C. (org). Salvador: Edufba, 2005 (Sala de Aula 2)

Cerquem os emos!

sábado, maio 27, 2006

Hoje, entre um livro e outro, entre um e-mail e outro, entre uma notícia e outra, eis que me deparo com isso na IstoÉ® Online: "Cerco aos emos" (a matéria encontra-se abaixo e o link dela também). A matéria trata de uma nova tensão entre as tribos em São Paulo (tá... eu quero é novidade!). A diferença é que este “patinho feio” é odiado por todos os cantos que vá, seja nas faculades, nas escolas, nas ruas, nas casas... Mas porque odiamos tanto os emos e as emas? É preconceito? É, ao contrário, conceito? Uma opinião formada? Ou simplesmente antipatia voluntária? Odiamos os emos ou temos essa licença por parte daqueles que estão preparados para “pensar” por nós?

Nos setores médios da sociedade, os setores de pensamento medíocre – pessoas que tiveram acesso ao ensino e ao pensamento crítico, porém superficial, e geralmente cheios de certezas e verdades absolutas – humilhar, odiar gratuitamente não é novidade, é uma prática, me atrevo a dizer, em determinados contextos, comum. Esta esfera do pensamento médio, é por excelência aquela que converte os preconceitos em verdades absolutas – “todo político é ladrão”, é um dos exemplos mais representativos da dimensão de como funciona o pensamento médio: ignora as complexidades e pressupõe uma realidade única, um modo unilateral de ver e estar no mundo – embora eu concorde com a idéia que não estamos isentos de ter preconceitos, e, além disso, identificamos com muita facilidade o preconceito dos outros e nunca os nossos... Reconhecer o Outro é muito simples e óbvio, o suposto reconhecimento dos iguais também, mas reconhecer-se a si, crê este que vos fala, é tarefa quase impossível, são tantas máscaras que usamos que eventualmente elas acabam se confundindo com a nossa carne. Antes de continuar, devo dizer que eu não gosto dos emos, precisar o motivo eu não sei, talvez um emaranhado de tudo que enunciei acima e outras milhares de razões ulteriores. Não quero que eles desapareçam, é verdade, eles de fato não me incomodam, mas dá para entender porquê tantos não os suportam, e não vejo muita relação entre os gostos musicais e o lay-out.

Em primeiro lugar porque este estilo emo é uma tentativa de retorno, ou melhor é um movimento kitsch do que foi o mal du siècle no século XVIII e pequenas, na verdade mínimas, doses do sentimento de deslocamento e marginalidade, do desencantamento do mundo, da perda, da constante frustração e da náusea sartriana (quando eu disse mínimo eu REALMENTE quis dizer mínimo, pífio!) que norteou os existencialistas do século XX. A diferença é que a maioria dos emos não é intelectualizada embora, em geral eles se apresentem como grande coisa (isso também incomoda).

O problema não é a intolerância ao estilo ou o modo de ser emo, aqui na Bahia, por inzêmprio, os setores médios “odeiam de raiva” (oposição para uma expressão mediana muito utilizada nowadays, “amam de paixão”, conhecem?) os pagodeiros, arrocheiros (pessoas que escutam e freqüentam espaços que tocam o ritmo “arrocha” e cujos maiores representantes são os grandes Silvano Sales – O Rei do Arrocha, Márcio Moreno – O Príncipe do Arrocha, Tayrone Cigano – O Cigano (?) do Arrocha, Brazilian Boyz – Os Meninos do Arrocha, Nara Costa – A Rainha do Arrocha e Jennyffer – A Sereia do Arrocha. Curioso é saber que os donos de estabelecimentos “arrochados” também são donos de alguns considerados muito “chiques” pela burguesia medíocre, falida e média da minha querida Província da Bahia), a diferença entre os modos de conviver com a diversidade é que aqui, mesmo que comprometa o capital social curtir arrocha, pagode axé, bem como qualquer música que não se enquadre no quadro semântico dos setores médios, ninguém sai matando pagodeiro. Portanto, o problema está não no ódio ao emo, mas na intolerância desmedida, numa prática urbana deplorável, a não-aceitação do outro enquanto tal, uma vez que a nossa cultura é homogeneizada e homogeneizante e a força se encerra nos números, na maioria, mesmo que o nosso regime político seja o democrático, que supostamente deve preservar o indivíduo privado, ou melhor, a intimidade dos indivíduos, tanto do Estado, uma vez que eles por ele não recebem investidura protetora alguma, e dos outros indivíduos. Trata-se de um regime que respeita e, para além disso, incentiva a diversidade. Porém, o quadro que acompanhamos preocupa. Os emos e emas são apensa uma nuance de um problema muito mais complexo.

A repórter demonstra uma certa preocupação com emos, um sentimento de pena e condescenência, crê este humilde missivista que ela, ou é uma “ema” ou quis proteger os “coitadinhos” das perseguições dos “malvados”, toda a construção do texto se dá por este viés, portanto ela acaba concordando em algum momento que eles são crianças desprotegidas...

O problema não é o preconceito, mas as pessoas (aliás, “assim como são os seres humanos são também as pessoas”, pensem nisso!) insistem muito em combater os sintomas, em se prender a (maldita) ponta do iceberg, se fantasiar de politicamente correto e seguir achando que “errados são os outros”, que são sempre as vítimas e que também são os outros os pobres coitados. O mundo é cão, negada! E ninguém é santo, ta todo mundo lutando pra sobreviver, a gente vai matando urubu a tapa, cachorro a grito, jacaré a peteleco... nadando contra a maré e rezando pra não se afogar. É isso. Até breve, meus caros leitores invisíveis.

O cerco aos emos

Eles pintam os olhos e curtem rock
sentimental, mas costumam ser
alvos de chacota e até agressão

Por Marina Caruso

Donos de um visual peculiar – roupas pretas, franja, olhos pintados e acessórios fluorescentes –, os emos são a mais nova tribo em expansão entre os jovens de 11 a 25 anos. Seus membros não têm o menor temor de expressar seus sentimentos e até chorar.

São fãs de um rock chamado emotional hardcore, ou emocore, um heavy metal mais romântico e melódico. Por isso, a expressão emo de emoção. O injustificável é que o estilo dessa turma vem produzindo chacota e gerando atitudes intolerantes e até agressivas de outras tribos. Em São Paulo, na Galeria do Rock, antigo reduto de punks e metaleiros, os lojistas protestam contra a presença de membros do grupo. “É vergonhoso um lugar como este se tornar reduto de pivetes emotivos”, resmunga um vendedor. Em outra vitrine, um cartaz anuncia: “Proibido estacionar emos e emas.”

Para os adeptos, a reação se deve ao desconhecimento. “Nos chamam de homossexuais porque pintamos os olhos. Não sou gay, embora não tenha nada contra”, explica Henrique Nascimento, 17 anos, que se classifica como um “metrossexual extra-assumido”. Por questão de segurança, ele e mais 30 emos vão em bando à galeria. Uma das poucas meninas do grupo, Priscila Souza Lima, 15 anos, acha que a perseguição se deve à intolerância. “Tem muita gente que faz pose e nem conhece o emocore. Por isso não nos levam a sério”, diz. O estilo musical da tribo nasceu em Washington (EUA), nos anos 80, com bandas como Embrace e Rites of Spring. Segundo o vocalista do Sepultura, Derrick Green, se diferenciava do hardcore pelas letras. “Eram músicas pesadas, que discorriam sobre sentimentos românticos”, explica.

Hoje, a febre é acompanhada por debate e tensão. “Os emos são bebês chorões. Quando crescerem, morrerão de vergonha de ter se vestido assim”, declarou recentemente na MTV o apresentador João Gordo. “Tenho medo de dizer que sou emo e apanhar de um skinhead”, confessa um deles. A preocupação se justifica. Em abril, um jovem de 22 anos foi esfaqueado por carecas próximo a outro reduto paulistano, o Bar Du Bocage. Há quem diga que o motivo da agressão foi vingança, já que a vítima havia pertencido a uma gangue de skinheads antes de se converter ao emocore. Um absurdo, mas o bastante para deixar os emos cautelosos.


fonte: IstoÉ® Online

Matéria completa aqui:
http://www.terra.com.br/istoe/1910/comportamento/1910_cerco_aos_emos.htm

segunda-feira, maio 22, 2006

São poços de petróleo
A luz negra dos seus olhos
Lágrimas negras cai, sai
Dói

Nelson Jacobina/ Jorge Mautner

sábado, maio 06, 2006

A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
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Apesar das ruínas e da morte
onde sempre acabou cada ilusão
a força dos meus sonhos é tão forte
que de tudo renasce a exaltação
e nunca que as minhas mãos ficam vazias
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Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

Sofia de Mello Breyner

Discografia pop: Paulinho da Viola - Dança da Solidão (1972)


Entre os anos de 1970 e 1975 a nossa música produziu discos como Transa, do Caetano, em 72; Fa-tal (A TodoVapor), da Gal, em 71; Acabou Chorare, dos Novos Baianos, em 72; Construção, do Chico, em 71; Rosa do Ventos, Drama - 3º Ato e A Cena Muda, todos da Bethânia, em 71, 73 e 74; Tim Maia e Racional, do Tim Maia, em 70 e em 74; Secos e Molhados, em 72... isso pra citar os mais conhecidos e mais fáceis de lembrar.
Em 1972 Paulinho da Viola brinda os nossos ouvidos com Dança da Solidão, nono disco de sua carreira. Curioso que com o lançamento de Universo ao Meu Redor, muitos apontam a Marisa Monte como inovadora nas sonoridades do samba, lógico que o disco é muito bom, é inovador, mas as experimentações das diferentes sonoridades e das possibilidades de diálogo do samba, além da composição mais, digamos, sofisticada, são feitas e muito bem feitas por Paulinho da Viola desde a década de 60(que por sinal assina uma música em Universo...), mescla o choro com o samba e com uma linguagem mais pop, além de produzir um samba com uma base instrumental variada.
O disco reúne composições de Wilson Batista - Meu Mundo É Hoje, Cartola - Acontece e Nelson Cavaquinho - Duas Horas da Manhã, além de músicas escritas pelo próprio Paulinho, incluindo o clássico que dá nome ao disco. Este missivistaé fã incondicional de Paulinho da viola.

Abaixo, coloco o link (rapidshare) para download do album completo

Dança da Solidão (1972)

Texto da Ana Carla Reis

Reencontrando o nosso norte
13/04/2006 Ana Carla Fonseca Reis

“Como é São Paulo?”, perguntou-me o recepcionista do hotel na China, enquanto eu fechava a conta. Questãozinha difícil para responder em dez segundos, já pensando na fila atrás de mim. Voltei para casa buscando a identidade da cidade, esse quebra-cabeças formado por tantas imagens, dos mais diversos povos de fora e daqui, raças distintas misturadas em um caldeirão de esperanças de todos os tamanhos e ordens. Como sintetizar essa riqueza de influências, essa diversidade efervescente e ritmada 24 horas ao dia?

“Se você quiser conhecer uma cidade, deve andar olhando cinco metros acima do chão.” Lembro-me das palavras de um amigo urbanista, enquanto paro em plena Praça da Sé, marco zero de São Paulo. Fico observando os transeuntes. São avalanches de paulistanos, por nascimento ou circunstância, que chegam e saem por todos os lados, em passos lépidos, olhando para baixo ou para frente, sem se permitir o tempo de ver nada. Olho para cima. Vejo uma profusão de cariátides, esculturas, rebocos antigos e me pego sorrindo. Conheço poucos lugares que representam tão acintosamente a convivência entre valores estéticos e valores econômicos. Se São Paulo fosse uma pessoa, acho que seria uma executiva poliglota e polivante, com um coração onde cabe o mundo e, à noite, não resiste a comer uma pizza, pegar um cineminha ou cair na balada. E é ao soltar o cabelo e tirar os óculos que ela escancara sua beleza. Os prédios comerciais transmutam-se em pérolas arquitetônicas de todas as décadas, as ruas e avenidas transformam-se de vias de circulação em um palco de luzes, restaurantes, barzinhos e personagens da fauna urbana. Mas por que será que tendemos a enxergar apenas a executiva ocupada entre a teleconferência e a caixa de mensagens?

Richard Florida, um dos grandes estudiosos da economia criativa, defende que a vantagem competitiva de uma cidade se apóia sobre três Ts: tecnologia, talento e tolerância. Eu adicionaria um I: identidade. Não se pode respeitar e defender o que não se conhece. São Paulo esbanja os três Ts mas, ao contrário de outros pólos criativos mundiais, como Nova York e Londres, ainda é vista por nós brasileiros essencialmente como um local de trabalho e consumo. Fico assustada ao pensar que esse desconhecimento da cidade, esse microcosmo do Brasil e do mundo, segue um paralelismo muito próximo com o que acompanhamos na pasteurização dos conteúdos de televisão e cinema, para me ater ao mais óbvio. Conhecemos de cor as crises de depressão das nova-iorquinas carentes e defendemos posições aguerridas quanto à invasão do Iraque pelas tropas dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, negligenciamos solenemente o valor da nossa diversidade cultural e ignoramos com descaso assustador os insultos morais, mentais e econômicos que as danças da pizza simbolizam magistralmente. Do mesmo modo, reconhecemos fotografias do Big Ben e ficamos enlevados pelas cenas do Central Park, mas não divulgamos que São Paulo abriga a segunda maior população indígena do país (atrás apenas de Manaus) e a maior floresta urbana do mundo (a Cantareira), além de desabrochar em um festival de dimensões estonteantes a cada florada dos ipês, quaresmeiras, paineiras e outras maravilhas da flora urbana.

Diante desse contexto, é um grande alento encontrar pessoas como Vera Lúcia Dias, que reconhecem na identidade cultural nosso bem mais precioso. Trazendo no currículo experiências na Secretaria da Cultura e no SESC e formada em turismo, ela é uma das precursoras do turismo cultural paulistano. Desde 1998 organiza passeios pelas ruas da capital, revelando um pedacinho da cidade aqui, uma história secular ali. Quando começou a divulgar os roteiros, percebeu que os habitantes nem sempre sabiam onde os locais propostos ficavam. Passou então a tirar fotos, para poder fazê-los ver o que passava desapercebido, restituindo ao olhar parte de suas referências. O Anhangabaú recupera a aura mágica de um vale encantado e cada bairro explode em suas cores próprias, em sua identidade inestimável para formar o caleidoscópio da cidade. Apesar das dificuldades, resgatar a identidade da cidade e desfraldá-la a todos e a nós mesmos é um manancial de satisfações. A maior delas? “Quando a pessoa, mesmo o morador de São Paulo, diz que está se sentindo um turista. Aí eu sei que ela nunca mais olhará a cidade do mesmo jeito.”

É por meio de iniciativas como essa, repetidas isoladamente em tantas cidades do Brasil, que nossa identidade cultural nos faz reencontrar nosso norte, apontando para onde quer que queiramos, sem nunca esquecermos de quem somos.

www.saopaulocafeturismo.com.br

Autora de “Marketing Cultural e Financiamento à Cultura”, “Gestão Empresarial – de Taylor a Nossos Dias”, Ana Carla é administradora pública pela FGV, economista pela USP, mestre em administração pela USP com MBA pela Fundação Dom Cabral. É vice-presidente do Instituto Pensarte

fonte: Cultura e Mercado
(http://www.culturaemercado.com.br/setor.php?setor=3&trid=5)

Comentários deste missivista:

Apesar desse texto ser, ressalvando o termo, "bairrista" - uma vez que o entorno, o universo, de Reis é a cidade São Paulo-, concordo inteiramente com a autora no que tange as questões da identidade na condição de um pilar fundamental na instauração bem-sucedidada da chamada economia criativa e, sobretudo, numa economia da cultura forte e para além disso, haja vista que a identidade transcende aspectos mercadológicos, strictu sensu, e está diretamente relacionada às questões de intersubjetividade, reconhecimento de si e do outro, de configurações de realidade etc.
Acredito que apaixonar-se pela cidade é um passo importantíssimo, afinal, nada malhor do que mirar-se no espelho e gostar do que vê.
Ainda me pego sorrindo enquanto faço meu percuirso casa-faculdade//faculdade-casa, seja no início da manhã, ainda com sono, ou no fim do dia (ou da noite), cansado, mas hipnotizado pela beleza, complexidade que é também tão simples, pelo sotaque, por um timbre, e por uma baianidade que é, ao contrário do que se vê e se imagina, é múltipla.
Ainda caminho pela minha Sagrada Cidade do Salvador em busca da minha primeira impressão, observando cada detalhe com olhar de turista, cada canto cheio de histórias e de memórias, não só minhas mas de todos que ali passaram, e que ali ficam impregnadas.

Antes que eu me esqueça: Ana Carla, você ganhou um fã no II ENECULT!!

Livros interessantes

Depois do stress do II Encontro de Estudos Multidiscplinares em Cultura - ENECULT, do cansaço, veio uma insônia dessas terríveis! Preferi utilizá-la a meu favor e aliviar as tensões escrevendo.
Mexendo na minha estante eis que me deparo com 3 livros bem interessantes, cada um a sua maneira, óbvio. Enquanto folheava um e outro, resolvi postaer aqui essa dica:

O primeiro, Sonoro, é um livro-manifesto homônimo do poeta Jorge Salomão, e é repleto de poesias que exaltam o som das palavras e o sentido vai sendo construído a medida que elas vão reverberando (ou na mente de quem lê em silêncio ou quem lê em voz alta). Possui um tom leve e descomprimissado, ideal para os fins de tarde ou madrugadas de insônia.


Já o segundo é um livro técnico, O Local da Cultura, do crítico indo-britânico e medalhão Homi Bhabha. Esse livro consumiu um ano de minha vida, tamanha a dificuldade de compreender o que era dito, a escrita de Bhabha é complicada, imagina uma tradução?! Apesar disso, considero o livro indispensável para qualquer um que deseja compreender a contemporaneidadee seus paradigmas regimentadores. E depois, nem tudo precisa ser simples para ser legal. Ainda preciso reler algumas partes, talvez eu poste algum material tratando, com calma, o livro.


O terceiro, e meu atual favorito, é Memorial do Convento, do poruguês José Saramago. A cada página eu me encanto mais com o texto, e hoje nessa onda de desencantamento do mundo, perceber-se encantado é algo que deve ser celebrado. O romance narra a história de Baltazar Sete-Sóis, Blimunda e do Padre Lourenço, e dois projetos: o primeiro é a contrução do Convento de Mafra, o pagamento de uma promessa feita por el-rei para ter um filho, e o segundo é a contrução da Passaróla, uma "máquina de voar" que o Pe. lourenço sonha em construir e conta com o apoio do casal Sete-Sóis e Sete-Luas.
O livro trás a luz a todos os exageros da coroa portuguesa e da forte influência da Igreja e de como a situação social nas cidades portuguesas era incompatível com o aparente quadro opulente da coroa: enquanto o povo passava fome, el-rei tinha mais de 20 funcionários para despí-lo. São elementos presentes no texto o sonho, a atmosfera mística, a questão do olhar e ver além das aparências.
Apesar do tom surrealista (e de realismo fantástico), é feita uma dura crítica, haja vista a constante ironia e os exageros por parte do autor feitos no intuito de explicar e desconstruir e desmistificar o mito da (hiper)identidade portuguesa, égide sob a qual ainda hoje portugal fecha sua identidade, reconhece a si própria como grande potência mundial injustiçada e vítima de inúmeros azáres históricos, e reforçou uma falsa identidade na qual o mito de si próipria é duplicado, impedindo com que seja conforntado com a realidade: ainda se imagina viver de um passado glorioso, repleto, porém, de "azáres" que justificam sua conturbada situação atual, e se espera futuro glorioso, seja metafórico, como o retorno triunfal de D. João VI, ou no plano sócio-político-econômico, através de um acontecimento que não se sabe explicar nem se busca, viria por milagre para compensar o azár. Um detalhe é que o livro (uma alegoria de Portugal tanto da contemporaneidade quanto do século XVIII) evidencia que não houve um passado de glória, como se imagina.
O texto, bem no estilo saramago, não possui pontuação: tem-se apenas ponto e vítgula, as falas se misturam entre si e com o narrador, exige uma certa concentração, mas é muito bom! Um dos melhores livros de saramago, sem dúvida. Este livro, por sinal, fez com Portugal "fizesse as pazes" com Saramago, que permaneceu omisso durante o período salazarista, ou melhor, permanceu omisso até ele mesmo ser alvo da ditadura de Salazár.

Ficam registradas as dicas

procurando a lua
encontro o sol
mas já de partida


Alice Ruiz

Uma boa muqueca!


Muqueca de Peixe com camarão
(estou respeitando a grafia e a fonética de Itaparica!)



ingredientes
1 cebola grande em rodelas
sal a gosto
Salsa picada a gosto
Coentro a gosto
20 tomates-cerejas (ou "tomate-mirim", como se conhece na Ilha)
2 colheres de sopa de pirão de tomate
4 pimentas do tipo Malagueta (sem pimenta não é muqueca, é ensopado, lembre disso!)
2 dentes de alho
2 cocos secos
Azeite de dendê a gosto
Cebolinha verde a gosto
500g (no mínimo) de Vermelho ou Carapicu
500g (no mínimo) de camarão pequeno
150g de camarão seco
suco de 2 limões
preparo
Tempere o peixe com sal e suco de limão, tomate cereja cortado, deixe marinar por 30 minutos
Acrescente o leite de coco, o camarão seco, as pimentas e o pirão de tomate à marinada e reserve por 10 minutos.
Numa panela (de preferência de barro, das que podem ir direto a mesa, mas na Ilha, a panela não importa), misture o azeite de dendê.
Aqueça e doure o alho ligeiramente.

Acrescente o camarão o peixe e os temperos e deixe cozinhar por 10 minutos (ou até que o perfume da muqueca fique forte, "que cheire", como diz o povo da Ilha).
Acrescente o camarão e cozinhe em fogo baixo por 3 minutos.
Retire do fogo e sirva, de preferência acompanhado com feijão de leite e bastante pimenta.

Sugiro uma boa cocada, doce de abóbora ou doce de banana para a sobremesa!
Depois de comer, é melhor ainda deitar numa rede (ou no chão da varanda) e curtir a brisa... se for na Ilha de Itaparica, então...

Procuro agulha pra vitrola Philips

Não é novidade pra quem já me conhece (e agora até pra quem não me conhece) a minha paixão por discos de vinil, minhas bolachas... achei uma antiga vitrola nas coisas do meu finado avô, mandei concertar e muito animado saí louco restaurando, limpando, catando discos antigos que ninguém mais queria, passei a freqüentar os sebos da cidade, parar na Praça da Sé e na Avenida 7, se tenho um troco sempre compro um. Tô com uma coleção bem interessante, modesta, é verdade, mas tem raridades com um disco de musica cubana de 1959, musicas do carnaval da década de 40, Magical Mistery Tour... agora só tem um problema: preciso da agulha! O som tá bala, foi uma colagem, peguei caixas de um, aparelho de outro, mas o som tá que é uma beleza, uma coisa linda de Deus, tá botando pa lá... mas sem agulha meus discos são só enfeite... alguma boa alma conhece onde posso encontrar? Já fiz uma peregrinação da avenida 7 até o pelô e nada...

Por inzêmprio: A Grande Rede, mas peixe que é bom, nada...

A Rede é grande e sua penetração ainda é, em minha humilde e contestável opinião, imensurável, mesmo com todos os mecanismos para controlar a navegação da maioria dos usuários, desde o mais comum como spywares, ad-wares, trojans, cookies e todos os dados de navegação que ficam retidos em provedores, o universo de pelo menos 690 milhões de usuários estimados, de acordo com uma estimativa da comScore Networks . A empresa afirma sucesso na empreitada. O relatório nada difere do demais: tempo de navegação em cada país, sites de preferência, mecanismos de busca. Aliás, os relatórios estatísticos sobre a internet estão cada vez mais tautológicos. Como sempre esse relatório "surpreende ao concluir" que os platinados e, segundo o Caetano (quando Caetano ainda era Caetano), "grandes responsáveis pela alegria desse mundo" , norte-americanos (preciso começar a ser solidário com meus colegas latinos e usar o termo estadunidenses), não figuram no TOP 10 em quantidade de usuários nem no que tange ao tempo de conexão... os sites continuam os mesmos: MSN, YAHOO e GOOGLE...
O famigerado google consegue, ou diz conseguir, mapear 4 bilhões de websites, contudo fugir da mesmice na internet está cada vez mais difícil mesmo com quase 700 milhões de usuários em todo o mundo, nem sei quantos tarabytes (alguns milhões) em arquivos, sites dos mais variados, botões para se clicar, feeds, seeds, blogs, lembrando que surge um blog a cada segundo e talvez mais de um, portais, listas de discussão, surveys, spams, hoaxes, softwares para comunidação, compartilhadores de arquivo, e-mails, fóruns, orkut etc.
São inúmeras - aliás quando se fala em internet termos que indicam a indefinição são obrigatórios ou simplesmente cômodos - as possibilidades técnicas que imprimem um caráter de cotidianidade ao computador i. e. lixeira, área de trabalho, o teclado, o design etc. Haja vista que os primeiros compuatdores não possuíam uma sombra dos de hoje! Eram ferramentas militares e científicas, gigantescas máquinas de calcular e ao contrário do que imagina, a micro-informática não foi configurada pelo interesse da grande informática, mas seus agentes foram estudantes com idade entre 18 e 30 anos que construíram em garagens os proto-computadores pessoais, e não a IBM. Concordo que isso se repita até hoje: em geral a grande indústria não percebe com precisão as latências e a criatividade das pessoas, basta observar que os serviços mais procurados na Rede (chats e compartilhadores são os dois exemplos mais representativos que consegui me lembrar) surgiram dos usuários, da base, e não dos escritórios da Microsoft, Apple ou Intel.
A logotécnica, a grosso modo a facilidade para lidar com a linguagem do computador por meio da associação entre tecnologia, a esfera do discruso, cognição e da comunicação, realiza com sucesso o ofício de (dis)simular a vida, construiu no imaginário coletivo a idéia de que as máquinas, em especial - ou sobretudo - o computador são extensões do corpo, do entorno e das capacidades humanas. Aliado a esse fato tem-se o contexto dos movimentos da globalização (sócio-econômico-cultural), agora o mundo conectado por meio da Rede e compõe uma grande tribo de iguais na diferença. A diversidade, a anarquia, o caos: esse era o mote da internet nos primeiros anos, quando do primeiro boom aqui no Brasil (1994-1997), a possibilidade de anonimato, de liberdade e de encontros outrora impossíveis. O quadro favorável à socialização e a sociabilidade fizeram com que a rede crescesse em progressão geométrica e chegasse ao que é hoje até o dia em que todos possuam seu próprio IP... quem diria que identidade poderia, ao menos em hipóteses, ser tão simplificada?
Se em 1994 achava-se que a rede era infinita, hoje tem-se a certeza de que o é um fluxo informacional impossível de ser acompanhado.
De qualquer forma, ainda assim vejo com olhos de pouca surpresa quando alguém comenta comigoque liga o computador, disca (se não já o estiver), abre navegador, msn, gmail, orkut, emule, soulseek, google, windows media player, e 20 minutos depois pergunta a si (ou à máquina) o que é que eu faço agora? Afinal, na televisão a recepção é passiva em relação ao computador, uma vez que a informação é enviada continuamente, e na internet se pressupõe uma busca do usuário, e o que percebo é que em geral a preguiça e a pressa tornaram a experiência diante da Grande Rede, uma situação frustrante. Se não se usa 10% do cérebro, menos ainda se usa a internet.
A internet é o verdadeiro Labirinto de Borges, é a verdadeira Biblioteca de Babel (em última instância é a própria Babel e sua Torre por Deus um dia amaldiçoada), estão perdidas em algum canto do cyberspace as vindicações de todo ser humano, há línguas que não se compreende e outras que não existem mais e que ainda estão por existir. Alguns devotam suas vidas em busca das suas, outros sequer acreditam em sua real existência. Muitos morrem sem concluir essa profana missão, já que não é possível a um homem comum, desprovido de qualquer divindade, conhecer suas ou de outros vindicações. Está ali todo o conhecimento, mas ele está escondido como um ladrão na noite...

Lucas

Ainda é possível encontrar gente com bom senso!

quinta-feira, maio 04, 2006

A Coalizão Canadense de Criadores de Música (CMCC) foi fundada por artistas que discordam do posicionamento atual dos defensores dos direitos autorais a respeito da forma como estão sendo rep

http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI989182-EI4802,00.html


A Coalizão Canadense de Criadores de Música (CMCC) foi fundada por artistas que discordam do posicionamento atual dos defensores dos direitos autorais a respeito da forma como estão sendo representados e com que seu público está sendo tratado. Os músicos consideram que a abordagem atual do problema representa o ponto de vista dos lobistas da indústria mas não o dos artistas.

O grupo, formado por famosos artistas e grupos canadenses, tais como Avril Lavigne, Sarah McLachlan e Barenaked Ladies, afirma em seu manifesto entre outras coisas que "fãs que compartilham música não são ladrões ou piratas" e que partilhar música é algo que acontece há décadas, informa o site P2Pnet.

Os artistas defendem que processar seus fãs não é uma boa idéia, que travas digitais são perigosas e contraproducentes e que as políticas culturais deveriam ser sobre apoiar a cultura e não um interesse financeiro. O anúncio segue a notícia de que o selo musical de Avril Lavigne está ajudando a pagar pela representação legal de um fã que foi processado pela RIAA.

É sabido que a indústria musical quer apenas proteger o seu negócio de vender música. Estas empresas não fazem música e sua discussão não é sobre proteger direitos autorais dos autores, e sim preservar os lucros de seus empreendimentos. A indústria de discos tem a reputação histórica de dificultar aos artistas ganhar dinheiro de forma justa com sua música. É um passo importante neste debate o fato de cada vez mais músicos declararem que os pontos de vista defendidos pela indústria não representam os deles.

Leia detalhes do manifesto "A New Voice" no site da CMCC, em musiccreators.ca

fonte: www.terra.com.br/tecnologia

Arnaldo Antunes: O Silêncio

terça-feira, abril 04, 2006

antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
o silêncio
foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor

*Composição: Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes

Faça aqui o download de O Silêncio

Alguns aforismos sobre o silêncio

Transcrevo aqui algumas máximas sobre o silêncio:

E como podes ver, ainda falo demasiadamente, e isto é sinal de que não sou sábia, porque a virtude se adquire no silêncio. (Umberto Eco)

Arrependo-me muitas vezes de ter falado, nunca de me ter calado (Públio Siro)

Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado (Sófocles)

O silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito em potência como o mármore não talhado é rico em escultura. (Aldous Huxley)

O exercício do silêncio é tão importante quanto a prática da palavra. (William James)

Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música (Aldous Huxley)

Há pessoas silenciosas que são muito mais interessantes que os melhores oradores (Benjamin Disraeli)

O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de refutar (Josh Billings)

O silêncio é mais eloqüente que as palavras (Carlile)

Abençoados os que nada têm a dizer e não se deixam persuadir a dizer (James Russel Lowell)

1974 - Bob Marley: Natty Dread


Natty Dread tem perceptível o tom politizado, revoltado e militanete. Primeiro album que conta com a presença das "I-Therees" (Rita marley, Marcia Griffithis e Judy Mowatt) foi também seu primeiro sucesso. Foi a partir deste disco que o reggae tornou-se conhecido mundialemente, sendo Marley seu maior representante, títiulo ocupado por ele até hoje. Por estes motivos, considero este album essencial na história, ou melhor, no trajeto da música/cultura pop. Aqui estão clássicos como "No Woman No Cry", "Revolution" e "Lively Up Yourself".

Dia 8, próximo sábado, aqui em Salvador, será realizado um Tributo a Bob, no Wet'n'Wild. Fiquem com a Paz de Jah.

Clique aqui e faça o download de Natty Dread.

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segunda-feira, abril 03, 2006

Isso é que é compromisso, Serra...





























Salve o nosso Nosferatu brazuca

fonte: O Biscoito Fino e a Massa

404nOtF0und, março de 2006

Está online o #53 da revista 404nOtF0und. O artigo de Marilei Cátia Fiorelli analisa o grupo de arte colaborativa pernambucano Re:Combo, um dos expoentes da arte eletrônica brasileira, visando compreender as formas interativas e colaborativas utilizadas por esse coletivo. Mari Fiorelli é web-designer, professora da FIB, Faculdades Integradas da Bahia, e Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFBa.

fonte: lista [404nOtF0und]


Multishow Especial

sábado, abril 01, 2006

O Multishow exibe na próxima quinta-feira um especial sobre o novo trabalho, ou melhor novos trabalhos, da cantora Marisa Monte, Universo ao Meu Redor, e Infinito Particular. Os novos discos expressam os sentimentos provocados pela maternidade provoca (aliás, foi este o principal motivo do ostracismo voluntário), e a relação da cantora com sua família, sua história, e como a música foi se inserindo nela.


Universo ao Meu Redor, o melhor dos dois, possui o repertório composto exclusivamente por sambas. Promove um "resgate" (não gosto muito deste termo, mas não consegui encontrar outro que se adequasse) dos sambas de tradição oral que a cantora convive desde criança por meio de seu pai, portelence convicto.
Universo inclui ainda uma composição inédita de Paulinho da Viola e uma faixa experimental, um samba bilíngue ("Statue of Liberty").
Trata-se aqui de um boteco cool. Seguramente um dos melhores discos do ano.


Infinito Particular apresenta uma forte tendência pop presente em todos os seus albuns, mas que neste ganha destaque, eu diria que o pop aqui está mais cru, há menos artifícios, menos interferência de outros gêneros e ritmos, nesse sentido trata-se de um album simples, menos cool, menos underground, mais acessível, o que necessariamente não o torna inferior aos seus melhores trabalhos Verde Anil e Amarelo Cor-de-Rosa e Carvão (1994) ou MM (1989).
Este último, inclusive, foi revolucionário ao inverter o processo comercial da indústria fonográfica, quando ao invés de gravar um disco em estúdio, sair em turnê e, posteriormente, lançar um eventual especial em vídeo, Marisa Monte iniciou uma turnê - "As canções que eu gostava de cantar" - produzida por Nelson Mota, lançou um especial exibido na extinta TV Manchete filmado em película e cuja direção, se não me falha a memória, ficou sob a responsabilidade de Walter Salles, e somemte um ano depois o disco com algumas das músicas do repertório dos shows foi lançado. Por sinal, Marina Lima fez o mesmo no final de 2005 com o show Primórdios, realizado no novo Auditório do Ibirapuera. O espetáculo obteve sucesso de público e crítica e foi eleito o melhor show do ano ao lado de Tempo Tempo Tempo Tempo, de Maria Bethânia.
Este disco é uma espécie homenagem ao seu filho, expressa a maternidade, possui um tom zen, relaxado, descompromissado e tranqüílo, contudo, este aspecto torna o disco um pouco cansativo, algumas músicas soam demasiadamente "canções de ninar", faixas se parecem ao ponto de se repetirem, principalmente porque todas possuem a mesma base instrumental.

Para promover o especial, o Multishow está exibindo teasers do especial nos intervalos de sua programação.

Discografia pop: Aretha Franklin


A Rainha do Soul nasceu no dia 25 de março de 1942 em Memphis e cresceu num ambiente religioso posto que é filha do reverendo C.L. Franklin, cujas pregações, por sinal, conferiram-no o título de celebridade gospel. Aretha começou a cantar desde muito cedo em corais de Detroit, onde seu pai ministrava.

Ao longo de sua extensa carreira, Franklin, além do Blues, Rythm'n'Blues, Soul e Jazz, flertou com o pop das décadas de 70 e 80 e com o Rap/Hip-Hop da década de 90, perceptível em "A Rose Is Still A Rose" (1998), cuja faixa-título conta a participação de Lauryn Hill e Faith Evans, e estrelou 3 filmes e contribuiu com suas trilhas sonoras, foi duas vezes a âncora do Divas Live, uma em 1999 e outra em 2001, do canal americano VH-1 em parceria com a Save The Music Foundation e foi condecorada com um Lifetime Achievement Award do Grammy.

O primeiro contato que tive com Aretha Franklin foi justamente em sua primeira aparição cinematográfica na comédia musical Os Irmãos Cara-de-Pau ("The Bluesbrothers", 1980), ainda em 1988 ou 89, não lembro ao certo, ainda estava na primeira infância, mas talvez seja justamente por isso que este filme tenha me marcado tanto, em pouco mais de uma hora e meia eu tive contato com grandes nomes do jazz e blues, como James Brown, Cab Calloway e Ray Charles, além de diversas referências a outros músicos, atores e filmes. Outro fator importante foi a proximidade da história, metaforicamente e literalmente falando, com a minha história e da minha família, era tudo meio surreal e ainda é, de certa forma.

Em "I Never Loved A Man The Way I Love You" (1967), primeiro disco de Aretha essencialmente Soul, já que seus trabalhos anteriores produzidos pela Columbia eram estritamente pop, foi também seu primeiro trabalho a obter êxito comercial. Foi lançado pela Stax, gravadora especializada em música negra, que contava em seu quadro nomes como Isaac Hayes, um de seus principais compositores; aqui ela assume o posto de Rainha do Soul e se converte em ícone global da black music.
Encontram-se aqui clássicos da soul music como Respect e Dr. Feelgood, Baby Baby Baby, Drowned in My Own tears, além da faixa título: basta escutá-los para perceber porque Aretha é reverenciada.

* temporariamente fora do ar *

Faça aqui o download de
I Never Love a Man The Way That I Love You e divirta-se!

Aproveito a deixa e coloco três extras:

Think
Don't Play That Song(For Me)
Eleanor Rigby

Discografia pop: Gal, uma baiana fatal

sexta-feira, março 31, 2006





















Assim como Maria Bethânia, Gal Costa foi uma das musas da contra-cultura brasileira. Em Fa-Tal - A Todo Vapor, espetáculo/album antológico dirigido por Wally Salomão em 1971, ela se mostra
num dos melhores momentos de sua carreira e inaugura a escola que hoje tem como maiores representantes as cantoras Marisa Monte, Fernanda Porto e Vanessa da Mata.
Neste show o desafio era grande: manter-se à altura do movimento tropicalista sem imitá-lo, o que a direção de Wally, o talento de Gal e o repertório fazem com a maior facilidade. Não há como não se impressionar com a habilidade, com a destreza que Gal desliza entre a bossa nova e o rock, como ela consegue partir da suavidade de João Gilberto e chegar até os gritos de Janis Joplin, sem nunca abandonar as referências da Bahia, característica marcante em todos os quatro Bárbaros. O melhor e mais maduro trabalho de Gal e um dos melhores discos da nossa música pop.

clique aqui para baixar (rapidshare) e confira você mesmo!