Dica valiosa: vamos usar o portal da capes e o scielo!

sábado, abril 12, 2008


Bom, que nós dispomos de grandes mecanismos de acesso facilitado e público de informação não é novidade para ninguém. Não me refiro apenas aos search engines (google, yahoo, etc...), mas de portais de informação como o Scielo, Portal de Periódicos Capes (o maior banco de dados de periódicos do país e um dos maiores do mundo), Google Scholar, além dos bancos de teses e dissertações das universidades e dos programas de pós-graduação, periódicos que funcionam no sistema SEER (que chegou até nós graças ao IBICT - Instituto Brasileiro de Ciência Tecnologia e Inovação), temos um sem-número de sites pessoais ou de organizações que se dedicam a publicar (no sentido mais lato da palavra) acervos (raros ou não) para qualquer usuário interessado (experimente colocar no google "acervo + download + domínio público").
Não me refiro aqui aos sites que se dedicam a publicar obras ou acervos que ainda estão sob domínio privado e protegidos por alguma lei de direito autoral, mas do conhecimento produzido por universidades e institutos de pesquisa, periódicos eletrônicos e, principalmente, de acervos (quer seja de literatura, música, audiovisual ou demais linguagens) de interesse público que já se encontram em domínio público. Como sabemos, não basta estar em domínio público para efetivamente ser público, isto é, tornado público de fato. A iniciativa destes portais é a de sistematizar o acesso desses dados Os pesquisadores já conhecem o Scielo e já ouviram falar no "Portal da Capes" (como é mais conhecido). A diferença do primeiro para o segundo é enorme, embora ambos trabalhem com princípios e objetivos comuns. O Portal da Capes é mais complexo e muito difícil de usar, mas não é impossível, podemos acessar fora das universidades, inclusive (basta ter um ID ou e-mail "@universidade qualquer"), este serviço dispõe de ferramentas mais avançadas: enquanto o scielo começou como uma base de dados da área de saúde (a área de saúde é uma grande concentradora de recursos e esforços na área acadêmica e reponsável por grandes avanços nas demais áeas do conhecimento, inclusive muitos costumam "adequar" suas pesquisas para encaixar neste campo, afinal os recursos são substancialmente maiores... as ferramenteas são utilizadas inclusive pela área de ciências humanas, e um bom exemplo disso é a consolidação do SPSS) , mas hoje é uma das bases de dados de maior importância o cenário acadêmico nacional e internacional. Assim como o portal da capes e google scholar, se facilita o acesso de publicações indexadas e disponíveis na web. Então se encontra muita coisa, mas muita coisa mesmo... o que derruba por terra a conversa de muito orientador que diz que determinada bibliografia só existe em italiano, francês ou espanhol. Se acha de tudo! Sabe aquele assunto que vc jutra que é uma idéia sua? Lá já tem 50 artigos só dele! É muito bom... Usando o "Portal da Capes" em consultando a "Plataforma Lattes", além de achar a informação desejada, é possível saber a trajetória do autor!
Então nós, humildes juniores na arte da pesquisa estamos salvos? Necessariamente não. Estas ferramentas de acesso facilitado a informação indexada não é devidamente utilizada (ressalto que em números universais, a taxa de utilização é altíssima, a ponto do google scholar ser um critério para qualificar as publicações e meio de facilitar a infometria), porque, apesar de todos os universitários precisarem desenvolver pelo menos uma pesquisa durante seu curso, o famigerado TCC (ou Trabalho de COnclusão de Curso), encontramos dois grandes problemas: não se sabe utilizar os search engines como se imagina (por mais facilitados que eles sejam) e não existe o costume de freqüentar o maior equioamento de referência no ofício da pesquisa - a biblioteca.
A bibliteca universitária é o repositório de um conhecimento produzido e dispõem, ao menos em nível ideal, de profissionais e de uma infra-estrutura que facilita o acesso à informação e ao acervo (inclusive dispondo de inúmeros softwares). O problema é que as bibliotecas universitárias, assim como as bibliotecas públicas, sofrem de um mal crônico: valorizamos as bibliotecas como símbolo máximo do conhecimento, como repositório e fortaleza do conhecimento produzido, como espaço de combate ao analfabetismo, mas... as bibliotecas, por conta de sua estrutura histórica, inversão de valores, atuação dos profissionais e a influência dos setores médios da nossa sociedade, faz com que os espaços se tornem santuários, fazem dos livros obras sacras e imprimem a simples ação de buscar um livro e realizar uma leitura qualquer, em seguida, algo complexo e difícil. As bibliotecas são queridas e amadas, são arquétipos da liberdade e da vitória dobre o analfabetismo e do fim da cegueira. Mas, se este ideal iluminista é lindo no papel, é ordnidário no cotidiano. As Biblioteca Públicas são equipamentos relativamente recentes, sobretudo quanto a função definida a partir de um manifesto da UNESCO punlicado em 1995, que descreve a estrutra de funcionamento e os objetivos de uma BP, que se alinha inclusive a nossa idéia de "centro cultural", espaço polivalente, que tem condição de abrigar diversas linguagens artísticas, linguagens culturais distintas (teatro, cinema, artes plásticas) e ainda dispõe de um acervo literário. Nós vivemos no seguinte contexto: as bibliotecas (assim como os teatros, museus, galerias) são locais inatingíveis, e de utilização restrita. No cotidiano da urbe, os teatros, museus e bibliotecas são do domínio de intelectuais e das classes altas. Daí o costume de ir assistir uma peça qualquer usando "roupa de sair" e ir a bilbioteca com aquele ar de ir a igreja. Nos dois casos o silêncio é uma lei, ficar calado é uma ordem. O teatro ainda permite o riso e o choro, mas somente no momento oportuno. Fora que a história de "teatro é cultura" e "ler é cultura" também acaba por afastar as pessoas... esqueceram de explicar que ler é diversão, é lazer, é alegria... que ir ao teatro é lazer, e não apenas quando a peça é uma comédia, e que não há nada errado com a comédia! "Ler é bom", dizemos. Mas, Paulo Coelho não pode! Além disso, as pessoas assimilaram uma idéia torta de cultura, que a UNESCO, Ministério da Cultura, a atual Secretaria da Cultura (e suas autarquias Funceb e Fundação Pedro Calmón) tentam combater. Não é fácil. Cultura não é apenas o erudito... mas é comum assimilar "cultura" ao erudito "cultivado". E numa sociedade pós-rural (eu disse pós?) e pós-ditatotial (eu disse pós???), as coisas se complicm ainda mais... principalmente que o ditatorial é pós-colonialismo.... e um colonialismo exploratório! Tudo conspira contra estes equipamentos... Ora bandeiras da liberdade, ora símbolos máxmos da castração... ordem e silêncio! Os bons profissionais, das áreas do teatro, biblioteca, museus e galerias (embora aqui meu foco seja a biblioteca e a informação) para além da propaganda e das velhas palavras de ordem, estão invertendo o fluxo do público: não se supõe (ao menos totalmente) o que os públicos buscam, mas se busca compreender o que estes púbblicos procuram e quais as soluções que eles encontram para a ausência destes equipamentos culturais. Em Salvador, por inzêmprio, há pelo menos 12 bibliotecas comunitárias mapeadas e estudadas, consideradas pela pesquisadora Ivana Lins, em seu trabalho de mestrado, como "espaços alternativos de leitura" - não se constituem como bibliotecas, embora funcionem como espelhos. Estes espaços, além dos inúmeros grupos comunitários de teatros, teatros improvisados, gurpos de teatro de rua (este missivista trabalha com dois grupos de teatro, resslato que são grupos periféricos e conhece pelo menos 50 grupos, sendo que Salvador dispõe de, no máximo, 40 teatros, e destes, apenas 20 estão em plenas condições de funcionamento e apenas 10 possuem programação constante), promovem, nas periferias e bairros afastados do corredor cultural da cidade, o acesso a bens e serviços culturais. Lembrando que o volume demográfico das periferias é sempre superior ao do centro. Deste modo, as biblitecas públicas seguem em silêncio, assim como teatros e museus. Elas são bens imensuráveis para todos, dominadas pelas classes médias, porém, utilizadas por poucos. São templos sagrados... o problema é que nem todos são religiosos.
Como isso afeta a (baixa) uilização das bases de dados pna pesquisa? O acesso a universidade aumentou vertiginosamente, porém, sabemos que a maioria das escolas não dispõe de biblioteca, e quando dispõem, não possuem um profissional capacitado na gestão. Muitas possuem biblitecas fechadas, algumas são espaço de castigo, inclusive. Portanto, a maioria dos universitários sequer entrou em uma biblioteca escolar, e olha que se formos falar em bibliotecas públcias o número é ainda mais alarmante! Então sem saber usar uma biblioteca (sobretudo com as funções avançadas de recuperação de informação conseqüentes da catalogação eletrônica), como saber utilizar bases de dados como o portal de documentos da capes e o scielo? Continua uma coisa meio maçônica, quando é algo tão trivial quanto comprar tomate em feira livre. E até nesta situação tem quem vire pavão pra dizer que sabe usar e, efetivamente usa, estas bases e quem fique constrangido de não saber usar e...
... aqueles que nunca ouviram falar!
Vira e mexe recebo por e-mail uma mensagem dizendo que o governo vai fechar o Portal da Capes por falta de utilização... sob este prisma as bibliotecas também deveriam ser fechadas! Ambos vão continuar funcionando. Mas dependemos dos profissionais pra quebrar esta imagem cristalizada que envolve o acesso à informação. Além do portal da capes há inúmeros portais de e-books, bases de literatura, mangás (?), HQs(!!!!!)... e todos são parcialmente utlizados... em parte pela baixa instrumentailização e pela falta de informação prévia dos instrumentalizados... a web 2.0 tá aí! Mas se não resolvermos os problemas da 1.0 vamos chegar na 10.9 com os mesmos problemas elementais e os erros crassos!
Confiram os sites do IBICT, Portal de Periódicos Capes, Sieclo e no site da bibliotece de sua IES (faculdade, centro universitária ou universidade), as bases de dados, procure um bibliotecário, se ele for bom, saberá te informar e te ajudar!


Não sou uma traça de livro... ou sou?
Sou um vírus que vaga pela internet, isso sim!
Até breve!

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