Arnaldo Antunes: O Silêncio

terça-feira, abril 04, 2006

antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
o silêncio
foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor

*Composição: Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes

Faça aqui o download de O Silêncio

Alguns aforismos sobre o silêncio

Transcrevo aqui algumas máximas sobre o silêncio:

E como podes ver, ainda falo demasiadamente, e isto é sinal de que não sou sábia, porque a virtude se adquire no silêncio. (Umberto Eco)

Arrependo-me muitas vezes de ter falado, nunca de me ter calado (Públio Siro)

Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado (Sófocles)

O silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito em potência como o mármore não talhado é rico em escultura. (Aldous Huxley)

O exercício do silêncio é tão importante quanto a prática da palavra. (William James)

Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música (Aldous Huxley)

Há pessoas silenciosas que são muito mais interessantes que os melhores oradores (Benjamin Disraeli)

O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de refutar (Josh Billings)

O silêncio é mais eloqüente que as palavras (Carlile)

Abençoados os que nada têm a dizer e não se deixam persuadir a dizer (James Russel Lowell)

1974 - Bob Marley: Natty Dread


Natty Dread tem perceptível o tom politizado, revoltado e militanete. Primeiro album que conta com a presença das "I-Therees" (Rita marley, Marcia Griffithis e Judy Mowatt) foi também seu primeiro sucesso. Foi a partir deste disco que o reggae tornou-se conhecido mundialemente, sendo Marley seu maior representante, títiulo ocupado por ele até hoje. Por estes motivos, considero este album essencial na história, ou melhor, no trajeto da música/cultura pop. Aqui estão clássicos como "No Woman No Cry", "Revolution" e "Lively Up Yourself".

Dia 8, próximo sábado, aqui em Salvador, será realizado um Tributo a Bob, no Wet'n'Wild. Fiquem com a Paz de Jah.

Clique aqui e faça o download de Natty Dread.

Sem comentários:

segunda-feira, abril 03, 2006

Isso é que é compromisso, Serra...





























Salve o nosso Nosferatu brazuca

fonte: O Biscoito Fino e a Massa

404nOtF0und, março de 2006

Está online o #53 da revista 404nOtF0und. O artigo de Marilei Cátia Fiorelli analisa o grupo de arte colaborativa pernambucano Re:Combo, um dos expoentes da arte eletrônica brasileira, visando compreender as formas interativas e colaborativas utilizadas por esse coletivo. Mari Fiorelli é web-designer, professora da FIB, Faculdades Integradas da Bahia, e Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFBa.

fonte: lista [404nOtF0und]


Multishow Especial

sábado, abril 01, 2006

O Multishow exibe na próxima quinta-feira um especial sobre o novo trabalho, ou melhor novos trabalhos, da cantora Marisa Monte, Universo ao Meu Redor, e Infinito Particular. Os novos discos expressam os sentimentos provocados pela maternidade provoca (aliás, foi este o principal motivo do ostracismo voluntário), e a relação da cantora com sua família, sua história, e como a música foi se inserindo nela.


Universo ao Meu Redor, o melhor dos dois, possui o repertório composto exclusivamente por sambas. Promove um "resgate" (não gosto muito deste termo, mas não consegui encontrar outro que se adequasse) dos sambas de tradição oral que a cantora convive desde criança por meio de seu pai, portelence convicto.
Universo inclui ainda uma composição inédita de Paulinho da Viola e uma faixa experimental, um samba bilíngue ("Statue of Liberty").
Trata-se aqui de um boteco cool. Seguramente um dos melhores discos do ano.


Infinito Particular apresenta uma forte tendência pop presente em todos os seus albuns, mas que neste ganha destaque, eu diria que o pop aqui está mais cru, há menos artifícios, menos interferência de outros gêneros e ritmos, nesse sentido trata-se de um album simples, menos cool, menos underground, mais acessível, o que necessariamente não o torna inferior aos seus melhores trabalhos Verde Anil e Amarelo Cor-de-Rosa e Carvão (1994) ou MM (1989).
Este último, inclusive, foi revolucionário ao inverter o processo comercial da indústria fonográfica, quando ao invés de gravar um disco em estúdio, sair em turnê e, posteriormente, lançar um eventual especial em vídeo, Marisa Monte iniciou uma turnê - "As canções que eu gostava de cantar" - produzida por Nelson Mota, lançou um especial exibido na extinta TV Manchete filmado em película e cuja direção, se não me falha a memória, ficou sob a responsabilidade de Walter Salles, e somemte um ano depois o disco com algumas das músicas do repertório dos shows foi lançado. Por sinal, Marina Lima fez o mesmo no final de 2005 com o show Primórdios, realizado no novo Auditório do Ibirapuera. O espetáculo obteve sucesso de público e crítica e foi eleito o melhor show do ano ao lado de Tempo Tempo Tempo Tempo, de Maria Bethânia.
Este disco é uma espécie homenagem ao seu filho, expressa a maternidade, possui um tom zen, relaxado, descompromissado e tranqüílo, contudo, este aspecto torna o disco um pouco cansativo, algumas músicas soam demasiadamente "canções de ninar", faixas se parecem ao ponto de se repetirem, principalmente porque todas possuem a mesma base instrumental.

Para promover o especial, o Multishow está exibindo teasers do especial nos intervalos de sua programação.

Discografia pop: Aretha Franklin


A Rainha do Soul nasceu no dia 25 de março de 1942 em Memphis e cresceu num ambiente religioso posto que é filha do reverendo C.L. Franklin, cujas pregações, por sinal, conferiram-no o título de celebridade gospel. Aretha começou a cantar desde muito cedo em corais de Detroit, onde seu pai ministrava.

Ao longo de sua extensa carreira, Franklin, além do Blues, Rythm'n'Blues, Soul e Jazz, flertou com o pop das décadas de 70 e 80 e com o Rap/Hip-Hop da década de 90, perceptível em "A Rose Is Still A Rose" (1998), cuja faixa-título conta a participação de Lauryn Hill e Faith Evans, e estrelou 3 filmes e contribuiu com suas trilhas sonoras, foi duas vezes a âncora do Divas Live, uma em 1999 e outra em 2001, do canal americano VH-1 em parceria com a Save The Music Foundation e foi condecorada com um Lifetime Achievement Award do Grammy.

O primeiro contato que tive com Aretha Franklin foi justamente em sua primeira aparição cinematográfica na comédia musical Os Irmãos Cara-de-Pau ("The Bluesbrothers", 1980), ainda em 1988 ou 89, não lembro ao certo, ainda estava na primeira infância, mas talvez seja justamente por isso que este filme tenha me marcado tanto, em pouco mais de uma hora e meia eu tive contato com grandes nomes do jazz e blues, como James Brown, Cab Calloway e Ray Charles, além de diversas referências a outros músicos, atores e filmes. Outro fator importante foi a proximidade da história, metaforicamente e literalmente falando, com a minha história e da minha família, era tudo meio surreal e ainda é, de certa forma.

Em "I Never Loved A Man The Way I Love You" (1967), primeiro disco de Aretha essencialmente Soul, já que seus trabalhos anteriores produzidos pela Columbia eram estritamente pop, foi também seu primeiro trabalho a obter êxito comercial. Foi lançado pela Stax, gravadora especializada em música negra, que contava em seu quadro nomes como Isaac Hayes, um de seus principais compositores; aqui ela assume o posto de Rainha do Soul e se converte em ícone global da black music.
Encontram-se aqui clássicos da soul music como Respect e Dr. Feelgood, Baby Baby Baby, Drowned in My Own tears, além da faixa título: basta escutá-los para perceber porque Aretha é reverenciada.

* temporariamente fora do ar *

Faça aqui o download de
I Never Love a Man The Way That I Love You e divirta-se!

Aproveito a deixa e coloco três extras:

Think
Don't Play That Song(For Me)
Eleanor Rigby