Insônia + inspiração = ?

segunda-feira, fevereiro 11, 2008


Tô de volta!!!!!

Coisas que ouço por aí... Quero deixar bastante claro que o objetivo deste post não é diminuir, ofender ou humilhar, muito pelo contrário.

É curioso como a inspiração não tem hora para chegar. No caso da minha, ela acompanha o dono: é instável, incontrolável e, como bem diz a boa baianidade nagô, de veneta. Não, eu não acordei 3 horas da manhã para blogar... a vontade de escrever é muita, mas não chga a me controlar e torturar [tanto] assim. Já estou no computador desde cedo trabalhando, ouvindo música e lendo notícias. Hpje, mais precisamente a partir do final da noite, eu resolvi colocar tudo em dia (ou, como diriam alguns "colocar tudo em dias"): fechar planejamento de projeto, atualizar orçamento, revisar texto. E já que era pra acabar com as pendências acumuladas, por que não atualizar o brógui? Não tenho idéia de quem leia o que eu ando escrevendo "aforamente" os amigos que falam que costumam ler (e, eventualmente, cobram atualizações).


Mas eu vou falar sobre o quê? O calor da cidade? A brisa fresca do verão? Da praia de Amaralina? O camarote do ministro Gil? Dos prêmio Grammy? Dos cartões coorporativos? Do Rombo da Previdência? Da crise americana? Da greve dos roteiristas? Nada disso.

Ni que eu tô aqui no tecrado, vou tratar de um assunto que muito me atrai: flagrantes de diálogos nos lugares mais triviais. Por inzemprio, pode ser um sotaque, gírias, arcadismos, pequenos desvios da norma culta, conversas tortas (um dia eu ainda posto aqui com calma a definição de “conversas tortas”). Eu sou fã declarado dessas pequenas jóias que andam pela rua esperando pelo descobrimento e registro!! Meu ainda parco repertório foi à baila algumas vezes durante o carnaval quando, sem querer eu acabei protagonizando um show amador de stand up comedy lá pelas Guarajubas. Confira e se deleite (ou não, você é que sabe de sua vida!)

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"Tô com os orvalho framado, preciso fazer uma tonigrafia computadorizada..."

"...Corre e me dá a chave do cadeal... porque se eu perder o oins não tem coins pra mim..."

***** (essa eu aprendi em Guarajuba)
Homem 1: É colé ou colí?

Homem 2: Rapaz, eu acho que é Colí...

Homem 1: Ô galera da colíografia...

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Mulher 1: Vem cá, o certo é probrema ou pobrema?
Mulher 2: Os dois estão certos... probrema é próprio da pessoa, é de dentro pra fora, é da pessoa para o mundo. “PRÓbrema MEU, não se meta!”. E pobrema é dos outro. “O pobrema é seu... não me conte seus pobrema...”

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"Maria, Valeu! (nota de tradução: Maria, Valei-me!)"

"Isso aqui está um froco de violência e prostituição"

"Minha amiga agora ta ganhando bem: tá trabalhando numa ponta entrega"

"Cuz-cuz crã (Ku Klux Klan)"

"To ficando com meu sistema nelvoso!"

"Eu si retei com a situação e si mi piquei daquele lugar"

(essa próxima eu não tive o deleite de testemunhar, mas meu irmão me contou... aconteceu durante os trabalhos funerários de ACM)

"Ele não vai morrer nunca: é que nem Elvis Nelsis"

(Esta próxima aconteceu na fila da Caixa Econônica Federal, em Jequié)

Uma mulher contava em detalhes de como foi assaltada quando disparou sem dó: "é verdade, menina, fui testemunha ocular de tudo!" (MUITO BOM!!! Um desafio às da física inclusive... só a quântica explica... é contigo Stephen Hawking)

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Memoirs of a blogger-boy: Time 2 Get U nostalgic, babe!


Tá bom, eu admito: eu era uma criança chata (nasci cheio de sarcasmo e curiosidade... eu sou chato! O que posso fazer?Ainda mais que esse é o meu charming. As pessoas só gostam de mim por isso!). hehehe

Tive uma professora que costumava dizer que as nuvens eram enormes pedaços de gelo e que a chuva era o gelo derretendo... e que aquelas chuvas de granizo que acabam meio mundo ocorrem quando as nuvens estão muito perto do solo e não dá tempo para o gelo derreter... Acho que um desses gelos caiu na cabeça dela...

Depois da alfabetização (ou alguma das primeiras séries) eu passei a desgostar o dia do folclore, dia do índio e similares por causa de uma professora... Ela disse em aula que "todo dia era dia de índio" e que a gente ia se vestir de índio pra "lembrar que os índios existiam". Eu perguntei inocentemente: “porque índio se veste com roupa de papel?” A resposta foi, como era de se esperar super bruta – não sei se é um axioma, mas chega perto: professor(a) de criança é sempre um doce, são ladies educadas nos melhores colégios da Suíça, conservatórios franceses e universidades londrinas... tão delicadas como um javali. Bom, depois da resposta rola sempre a risada das crianças que espreitam pela miséria alheia como urubus à carniça. Eu ainda achei de completar meu raciocínio: “sim, pró, mas porque todo dia é dia de índio, mesmo? Ninguém nunca fala de índio... mas hoje tem que usar roupa de papel... porquê?” Mais delicadeza... Daí desenvolveu-se neste humilde missivista uma antipatia aos dias... o dia das mães e dos pais, aniversários e o 31 de dezembro foram preservados, mas todos os outros não desciam e era um verdadeiro suplício participar dos eventos escolares... o melhor da escola é que ela passa.. alias, até uva passa!

Essa, infelizmente eu não é uma lembrança, mas uma anotação que eu li em uma das agendas da minha mãe. Eu devia ter uns dois ou três anos e passei a tarde fazendo arte e viajando no meu fantástico mundo de Lucas – de certa forma, eu ainda faço isso e estou fazendo agora também! :) – quando minha mãe me falou que não estava nem um pingo satisfeita... eu inocentemente (ou não?) respondi na lata: “o que é um pingo?” E acabou a briga... hehehehe


Eu tenho sangue pra maluco... e quando eu falo de maluco eu me refiro aos que fugiram do Juliano Moreira ou ainda não foram... são os patológicos mesmo... não vou contar de todos que já me abordaram, só dos mais terríveis!

Uma certa feita, estava este missivista que com carinho e humildade vos escreve esporadicamente, andava pelo Corredor da Vitória, quando avistou longe um doido... “Esta maluco vai procurar história... tsc, tsc”... não deu outra... de todas as pessoas que vagavam pela Vitória, e saía gente pelo ladrão por causa do horário (por volta de seis horas), quem o maluco abordou? Passou por mim e não disse nada, apenas gritou no meu ouvido e continuou andando... e o pior é que não tinha um lugar sequer para enfiar a cabeça de vergonha... Da outra vez não houve abordagem direta mas foi, a nível de experiência pessoal enquanto vivência humana e conhecimento dos sujeitos sociais que controem a comunidade, igualmente interessante (isto é, tragicômico... ¬¬).

Fui ao Banco do Brasil de lá do Campus de Ondina, até aí normal. Maluco não costuma freqüentar banco, ou costuma? Na época o banco do ainda não era conveniado ao Governo do Estado, então era uma agência que estava sempre vazia... só enchia mesmo em época de bolsa, estágio, etc, e ainda assim eram funcionários, professores e alunos da UFBA, era bastante tranqüílo. Ni que eu estava lá entra um doido de primeira qualidade: roupa surrada, cabelo tão surrado quanto a roupa, cara de Seu Madruga, olheira e cheiros... já preparado para um possível ataque, me blindei: coloquei os óculos escuros, boné caindo na testa e aumentei o volume do som. Eis que vi um reboliço e parei pra ver (e melhor: ouvir). O doido gritava insandecido, “OU ME DÃO MEU DINHEIRO, OU VOU EMBORA DO PLANETA”. Ele não parava de repetir isso... o mais inusitado é que o sujeito tinha mesmo tutu no cofre do Banco do Brasil e teria de voltar na manhã seguinte... aí ele o tempo fechou “EU VOU EMBORA DESSE PLANETA!!!... E PORQUE É DOIS SOFÁS, E DEUS SÓ FAZ DUAS VEZES... EU VOU EMBORA DESSE PLANETA!!!... E PORQUE É DOIS SOFÁS, E DEUS SÓ FAZ DUAS VEZES...”... E saiu praguejando porta afora. Lembram que o BB levou um tempo que era “Banco da Maria”, “Banco de Marcos”... pois eu chamava de “Banco do Maluco”...

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Depois vem mais! A criatividade humana é infinita e eu tenho ouvidos afiados e uma boa memória...

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