segunda-feira, janeiro 07, 2019

Cara amiga Heleusa,

Injusto é o mundo que não se cala diante da tua partida.
E teima, insiste, em viver como se você ainda aqui estivesse.
Justo é o mundo que amanheceu ensolarado e quente só para me dizer que você se foi, levou um pedaço meu e da minha história, mas, me legou a sabedoria e a clareza de que a vida - essa coisa teimosa, insistente, linda - brilha e pulsa não importa o que aconteça.
Com você aprendi que nosso destino depois de escalar as mais altas montanhas, não é o de rolar montanha abaixo, porque a vida não é um esforço sísifico sem fim; com você aprendi que depois de subir os mais altos montes,  nos espera um (novo) horizonte. E novos caminhos.
A imagem do seu sorriso, o som escrachado de sua gargalhada, o brilho dos seus olhos e o poder da sua irreverência, assim como a força criadora da sua generosidade e o seu imenso carinho ficarão de lembrança e de herança.
Você transformou a minha vida, quando eu nem sabia que se diferenciava vida de sonho. Você misturou tudo. E misturar tudo é bom.
Vou honrar essa herança. E serei eternamente grato.
Descanse bem.
Escrevi para marcar e para lembrar.
É mais um história que tenho para contar.
Agradeço pela noção de liberdade - e de liberdade como ponto de partida, como caminho e como ponto de chegada...
Sigo por aqui. Até breve.
06.01.2019

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